Falso professor que usava tornozeleira eletrônica é preso após tentar fazer novo processo seletivo com diploma fraudado, diz polícia
08/08/2024
De acordo com as investigações, suspeito, que lecionou na rede estadual de ensino, falsificava documentos há 20 anos. Em depoimento, homem confessou os crimes, segundo a Polícia Civil. Imagens mostram momento em que falso professor é preso, em Aparecida de Goiânia
Divulgação/Polícia Civil
Um falso professor de química, que usava tornozeleira eletrônica, foi preso preventivamente após tentar participar de um processo seletivo para dar aulas usando um diploma falso, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, segundo a Polícia Civil. De acordo com as investigações, o suspeito, que lecionou na rede estadual de ensino, falsificava documentos há 20 anos.
O homem foi preso na quarta-feira (7). O g1 não conseguiu localizar a defesa do suspeito até a última atualização desta reportagem. Em depoimento, o homem confessou a prática dos crimes, segundo a Polícia Civil.
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As investigações apontam que o homem apresentou o documento falso durante um processo seletivo para professores temporários junto à Secretaria Estadual de Educação (Seduc). De acordo com Rodrigo do Carmo Godinho, delegado responsável pelo caso, além de diplomas, o suspeito falsificava outros documentos durante os 20 anos.
"Desde o ano de 2004 que ele comete esses mesmos crimes. Ele cometeu isso várias vezes não só com falsificação de diplomas, mas com falsificação de receituários médicos também", disse o delegado.
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Segundo os relatos da Polícia Civil, o falso professor usou uma tornozeleira até o mês de julho deste ano, como punição pelo crime de falsificação de documentos. O g1 questionou à Polícia Civil sobre o período em que o homem usou o aparelho, mas não obteve respostas até a última atualização desta reportagem.
Rodrigo Godinho disse ainda que, em depoimento, o suspeito informou que pagou R$ 500 pela falsificação do diploma e que o amigo, que confeccionou o documento falso e não foi identificado, mora nos Estados Unidos.
"O que mais me chamou a atenção foi o fato dele ministrar aulas por tanto tempo e conseguir iludir, não só a Seduc, mas também os alunos", disse o delegado.
Em nota, a Seduc informou que o documento falso foi encaminhado para a Polícia Civil e que está colaborando com a investigação para ajudar no esclarecimento dos fatos e na responsabilização do suspeito
Denúncia
Segundo a investigação da Polícia Civil, os policiais chegaram até o suspeito por meio de uma denúncia anônima feita após a tentativa de participação no processo seletivo. De acordo com o delegado, o homem deu aulas na Escola Estadual Rodolfo Oliveira entre os anos de 2018 e 2021.
Após receberem da Seduc a documentação apresentada pelo falso professor, a Polícia Civil deu início às investigações. Ao g1, o delegado contou que constataram a falsidade do documento após um processo de checagem com a universidade mencionada no diploma.
"Verificamos com a universidade que teria fornecido esse diploma e a instituição nos respondeu que aquele aluno nunca realizou nenhum curso na universidade", informou o delegado.
O homem deve responder pelos crimes de falsificação de documentos, no qual é reincidente, e estelionato.
Curso inacabado
O suspeito afirmou que chegou a cursar alguns períodos do curso de química, mas não se formou. De acordo com a investigação, ele alegou que o curso não foi concluído por falta de recursos financeiros.
"Ele alega que por problemas financeiros, teve que paralisar o curso e que precisava trabalhar. Ele então ficou sabendo da contratação temporária e apresentou a documentação à Secretaria de Educação para ser contratado e ministrar aulas de química", disse Rodrigo Godinho.
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