Incêndios no Pantanal espalham fumaça por cidades de Mato Grosso do Sul

  • 21/06/2024
Em um hospital, os atendimentos por problemas respiratórios triplicaram. Sem chuva há mais de 50 dias, o que cai do céu é a fuligem que toma conta das ruas, dos comércios e das casas. Incêndio no Pantanal ilumina a noite e espalha fumaça em Mato Grosso do Sul Moradores de cidades do Pantanal em Mato Grosso do Sul estão há semanas convivendo com a fumaça dos incêndios florestais. À noite, é possível ver da cidade de Corumbá a linha de fogo consumindo a vegetação. As chamas não dão trégua. A temporada de incêndios no Pantanal começou mais cedo e, desde então, as cidades tem ficado completamente encobertas pela fumaça e essa situação mudou a rotina dos moradores. "Eu caminhava, pedalo. Eu evitei, né? Evitei porque sinto que o ar está me fazendo mal", conta um deles. A Secretaria de Educação recomendou a suspensão de atividades físicas ao ar livre e o reforço na hidratação. Em um hospital, os atendimentos por problemas respiratórios triplicaram. Sem chuva há mais de 50 dias, o que cai do céu é a fuligem que toma conta das ruas, dos comércios e das casas. "Já tem mais de 20 dias, 30 dias, que não abre uma janela. Não dá. Não tem como você circular o ar na casa. Você já sai do quarto de manhã cedo sentindo aquele cheiro de fumaça", diz a autônoma Silvana Villagra. Em um posto, os frentistas passaram a usar máscaras. A fumaça deixa o ar da região pantaneira parecido com o de grandes metrópoles. "Os principais poluentes são material particulado, constituído principalmente por partículas muito finas, monóxido de carbono e óxido de nitrogênio, e esse poluentes quando inalados agravam bastante a saúde humana", explica Widinei Alves Fernandes, doutor em geofísica espacial. "Falta de ar, cansaço. Cansaço até pra falar", reclama a moradora Elza Oliveira. O fogo segue sem controle na região. Nas últimas 48 horas, o Pantanal teve 508 focos de incêndio; 409 deles somente em Corumbá. O fogo sempre fez parte dos ciclos do Pantanal. O pesquisador da Embrapa Walfrido Thomaz alerta que a intensidade e a frequência dos incêndios podem prejudicar a capacidade de renovação do bioma: "Essas áreas que são queimadas, se você volta em um ano, um ano e meio depois, nem vai parecer que queimou. Mas o que a gente não enxerga é que é o problema. São as coisas que compõem o ecossistema, que pode estar sendo afetado por incêndios intensos em larga escala e principalmente repetitivos nas mesmas áreas. Aí sim o ecossistema começa a perder essa tal de resiliência que a gente chama".

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2024/06/21/incendios-no-pantanal-espalham-fumaca-por-cidades-de-mato-grosso-do-sul.ghtml


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