PMs suspeitos de simular confrontos para matar pessoas são alvos de operação em Boa Vista
17/04/2024
(Foto: Reprodução) Mandados de prisão foram expedidos nessa terça-feira (16) pela Justiça de Roraima. Polícia Civil cumpre mandados na capital e dois investigados já foram presos. Polícia Civil cumpre mandados de prisão contra PMs suspeitos de simular confrontos para matar pessoas em Boa Vista.
Marcelo Marques/Rede Amazônica
Três policiais militares são alvos de uma operação suspeitos de matar pessoas e simularem confrontos policiais para justificarem as ações, em Boa Vista. A ação, deflagrada nesta quarta-feira (17), é realizada pela Polícia Civil de Roraima. Dois dos investigados foram presos.
Os alvos da operação são os policiais Arnaldo Cinsinho Silva Melville, Lucas Alexandre Rufino Araruna e André Galúcio Souza. Eles tiveram mandado de prisão temporária decretados nessa terça-feira (16) pela Justiça.
Até às 8h30 desta quarta, Melville e Araruna já haviam sido presos pela Polícia Civil. O g1 tenta contato com a defesa de todos os investigados.
As investigações apontam que eles entravam nas residências dos alvos, mesmo sem ordem judicial e, em algum casos, sem acionamento para ocorrência. Eles justificavam a resistência por parte dos envolvidos para realizar as execuções.
Após as execuções, eles levavam as vítimas para o hospital e retiravam as cápsulas do local sob a alegação de prestação de socorro. No entanto, segundo as investigações, eles manuseavam os corpos com descaso e em "100% dos casos, os socorridos já chegaram mortos". A suspeita é de que eles adulteravam os locais dos crimes para dificultar o resultado da perícia no local.
A reportagem apurou que Arnaldo Melville também é investigado em outros inquéritos pelos crimes de tortura e roubo. Os outros dois policiais também são investigados em outros procedimentos.
Um dos casos em que são investigados ocorreu no dia 14 de dezembro, no bairro São Bento, em Boa Vista. Os três policiais alegaram uma situação de conflito armado com Pedro Henrique de Moura, que foi baleado e morreu.
Um relatório do Departamento de Inteligência da Polícia Civil ao qual a reportagem teve acesso aponta que, após a troca de tiros, Pedro Henrique foi levado para o Hospital Geral de Roraima (HGR) pelos próprios policiais.
No documento, o Departamento de Inteligência concluiu que existia uma "alta probabilidade de que Pedro Henrique tenha sido levado ao pronto-socorro já sem sinais vitais" e que alguns protocolos foram negligenciados pelos PMs.
*Essa matéria está em atualização
